Representantes dos Sindicatos dos Bancários de Campina Grande e Região, Paraíba (João Pessoa) e Pernambuco se reuniram, no último dia 9/9, em Recife-PE, com o diretor do Bradesco Nordeste 1, César Cabus Berenguer Silvany, para cobrar soluções sobre o clima de insegurança e insatisfação que atinge os trabalhadores da instituição financeira dessa região.

Na ocasião, foi entregue um documento denunciando práticas de assédio moral atribuídas ao gerente regional do Bradesco na Paraíba. O documento, assinado por representantes dos sindicatos de Campina Grande, Paraíba e Itabaina, reforça a gravidade da situação e cobra providências imediatas por parte da direção.

Além dos casos de assédio, os representantes dos trabalhadores chamaram atenção para os impactos da reestruturação em curso no banco. De 2024 até o segundo semestre de 2025, somente na base de Campina Grande 15 unidades (PABs), dos 25, foram fechados na região, o que corresponde a 60% da base sindical. O fechamento tem sobrecarregado funcionários remanejados, que relatam falta de estrutura e pressão cada vez maior para o cumprimento de metas.

Outro ponto levantado pelos dirigentes sindicais foi a demissão de bancárias após o término do período de estabilidade da licença-maternidade. Embora o desligamento tenha ocorrido após a estabilidade, a situação gerou forte apreensão entre as trabalhadoras, sobretudo entre as que estão grávidas, que temem se tornar as próximas vítimas desse tipo de prática.

A insegurança quanto à manutenção dos empregos, somada às metas consideradas excessivas, tem resultado em adoecimento físico e psicológico dos trabalhadores. Os sindicatos alertam que o clima de instabilidade ameaça não apenas a saúde dos bancários, mas também a qualidade do atendimento prestado à população.

De acordo com Odivaldo Bomfim, secretário geral do Sindicato dos Bancários de Campina Grande e região, o Bradesco precisa adotar uma gestão mais humanizada, que reconheça o papel essencial de seus funcionários. “O maior patrimônio de uma empresa não é o lucro, mas as pessoas que trabalham para que ela se mantenha como uma grande instituição”, afirmou. 

O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Lindonjhonson Almeida, também destacou a gravidade da situação: “Não aceitaremos que o Bradesco continue tratando os trabalhadores como peças descartáveis. Cada fechamento de agência e cada demissão representam um ataque direto à dignidade dos bancários e ao atendimento da população. Exigimos respeito, condições dignas de trabalho e o fim imediato das práticas de assédio.”

Após exporem as denúncias e preocupações, os dirigentes avaliaram a reunião como um passo inicial importante, na expectativa de que este canal de diálogo criado com a direção do banco, permita avançar nas negociações e garantir melhores condições de trabalho para os bancários da região.

Sindicato dos Bancários da Paraíba

Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região

Sindicato dos Bancários de Itabaiana e Região