Santander continua demitindo e desmarcando reuniões com bancários
18/07/2013 - Por Bancários CGR
O modelo de gestão do Santander permanece desrespeitando os  trabalhadores. As demissões imotivadas aumentaram no primeiro semestre,  superando os números do mesmo período do ano passado. As condições de  trabalho pioraram com a falta de funcionários, as metas abusivas, o  assédio moral, a insegurança e o adoecimento de muitos colegas. E as  práticas antissindicais e as terceirizações não param, deixando  indignados os representantes dos bancários.
 
 Em vez de apostar no diálogo e na negociação coletiva, o Santander  entrou em contato com a Contraf-CUT na tarde desta quarta-feira (17)  para comunicar que estava adiada a reunião do Comitê de Relações  Trabalhistas (CRT) marcada para a próxima segunda-feira (22), às 14  horas. O banco alegou problemas de agenda e não anunciou nova data.
 
 Na reunião adiada estava prevista a discussão da pauta específica de  reivindicações, aprovada no Encontro Nacional dos Funcionários e  entregue ao banco no dia 26 de junho, que não chegou a ser debatida na  reunião do CRT no último dia 4. O novo superintendente de relações  sindicais do Santander, Luiz Cláudio Xavier, que assumiu o cargo no  início de maio, disse que ainda não tinha conseguido examinar todas as  demandas. 
 
 A pauta contém propostas de emprego, condições de trabalho, remuneração,  saúde suplementar e previdência complementar, além de várias pendências  de reuniões anteriores do CRT.
 
 Essa medida unilateral do banco repete a da última sexta-feira (12),  quando cancelou a reunião específica para tratar das demandas dos  funcionários com deficiências (PCDs), que foi igualmente agendada na  reunião do CRT. Nos meses anteriores, o banco já havia suspenso as  reuniões sobre o Grupo de Trabalho (GT) do Call Center e a apresentação  sobre a agência Select.
 
 O banco limitou-se a agendar o Fórum de Saúde e Condições do Trabalho  para a próxima quinta-feira (25), às 14 horas, bem como o GT do Call  Center a ser realizado no dia 29, às 14 horas. As duas reuniões não tem  local confirmado. E nada foi agendado para retomar o GT sobre o processo  eleitoral do SantanderPrevi, previsto no acordo aditivo à convenção  coletiva. 
 
 Nova enrolação
 
 "Trata-se de nova enrolação do banco em cima do movimento sindical e dos  funcionários", protesta o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir  Wiederkehr. "O banco não quer negociar os problemas de emprego,  condições de trabalho e remuneração, e apela a práticas antissindicais,  como as recentes ações judiciais movidas contra várias entidades  sindicais, além das terceirizações ilegais, como a contratação de  prepostos para tentar fazer as homologações nos sindicatos", destaca o  dirigente sindical. 
 
 Segundo informações da maioria dos sindicatos para a Confederação, o  banco espanhol demitiu 2.604 funcionários no 1º semestre deste ano, dos  quais 1.820 sem justa causa.
 
 Enquanto isso, cada diretor do banco vai receber, em média, R$ 5,6  milhões por ano, o que corresponde a 118,4 vezes o que vai ganhar um  caixa no mesmo período, conforme projeções do Dieese com base no manual  da assembleia de acionistas e na convenção coletiva dos bancários. 
 
 "Os trabalhadores, principais responsáveis pelo lucro do banco, que  representa 26% do resultado global do Santander, não podem ser tratados  como se fossem de segunda categoria", salienta o dirigente sindical.
 
 "Esses sucessivos cancelamentos são injustificáveis. A situação nas  agências é caótica. O banco, além de não parar com as demissões como  temos reivindicado, fez uma reestruturação, na qual retirou os  coordenadores das agências menores, classificadas como C e D. Essa  função agora é exercida por caixas, gerentes. Ou seja, além de não darem  conta do próprio trabalho, esses funcionários são obrigados a acumular  mais essa função", afirma a coordenadora da Comissão de Organização dos  Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani. 
 
 "Esses problemas não podem continuar e exigimos que o Santander trate o  processo negocial com a mesma seriedade do movimento sindical", enfatiza  a dirigente sindical.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo
