Banco está entre os patrocinadores de jantar nos EUA em homenagem ao presidente da República

O
 Banco do Brasil (BB) está entre os patrocinadores da festa organizada 
em homenagem ao presidente Jair Bolsonaro pela Câmara de Comércio 
Brasil-Estados Unidos, prevista para o dia 14 de maio. O banco 
contribuiu com US$ 12 mil (R$ 47,5 mil) para a realização do jantar de 
gala anual da entidade e terá direito a uma mesa com dez lugares no 
evento.
 
 O banco informou que apoia os eventos da câmara para 
“estreitar o seu relacionamento negocial com investidores institucionais
 e empresas” e disse que sua mesa no jantar de Bolsonaro será reservada 
para “clientes estratégicos”. Mas, o BB não patrocinou o evento em anos 
anteriores, quando outras pessoas foram homenageadas. É a primeira vez 
que o BB patrocina o jantar anual da entidade americana.
 
 Para o
 coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil 
(CEBB), trata-se de mais uma ingerência do governo no BB. “Naquilo que é
 positivo, como o financiamento da agricultura, o crédito para apoiar as
 empresas, a construção de casas não vemos a interferência para que o 
banco coloque dinheiro. Mas, de uma forma obrigatória e negativa, vemos o
 investimento em um evento em que várias empresas já haviam cancelado 
patrocínio para não ter suas imagens prejudicadas”, criticou. “Somado ao
 cancelamento de propaganda com negros e a nomeação estranha do filho do vice-presidente,
 vemos que agora temos um banco ideológico no pior sentido, a serviço 
das vontades do presidente da República”, completou o dirigente 
sindical.
Prejuízo na imagem
Bolsonaro  foi escolhido como Pessoa do Ano pela entidade americana, mas o jantar  tornou-se objeto de grande controvérsia e criou para a câmara de  comércio embaraços com empresas e a elite nova-iorquina. Dos 57  patrocinadores do ano passado, 17 não apoiam o jantar neste ano.
 
 O Museu Americano de História Natural não aceitou emprestar sua sede para o jantar após receber críticas da comunidade acadêmica. O prefeito de Nova York,  Bill de Blasio, do Partido Democrata, disse que Bolsonaro não é bem  vindo à cidade e o chamou de racista, homofóbico e destrutivo.
 
 A companhia aérea Delta,  a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times, que tinham  topado apoiar a festa, recuaram no início desta semana. Ao explicar a  decisão, a Bain disse à CNN que “celebrar a diversidade é um princípio  essencial” da empresa.
 
 Mais da metade do dinheiro virá de  bancos e gestores de fundos de investimento. Dos 53 patrocinadores  divulgados pelo site da câmara até quarta (1), 28 são do setor  financeiro. Bradesco, Itaú BBA, BTG Pactual e Safra contribuíram com o  jantar, como em anos anteriores, assim como Santander, Citibank e a  Federação Brasileira de Bancos (Febraban), principal representante do  setor.
Fonte: Contraf-CUT

