Movimento Sindical Emprego CUT

CUT: desafio é encontrar proposta de consenso sobre desoneração da folha

10/01/2024

Presidente da CUT e das demais centrais querem mesa de negociação com empresários e governo para definirem uma proposta de consenso sobre desoneração da folha a ser apresentada ao Congresso Nacional

Presidente da CUT em coletiva de imprensa após reunião com ministro Marinho e secretário da Fazenda

O presidente da CUT, Sergio Nobre, e os presidentes das centrais sindicais: Força Sindical, UGT, CTB, CSB e NCST se reuniram nesta terça-feira (9) com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, em Brasília para debaterem a reoneração da folha de pagamento, proposta contida na Medida Provisória (MP) nº 1202, do governo federal. O ministro Fernando Haddad não participou por estar em viagem.

Sérgio Nobre argumentou que as centrais sindicais conhecem bem os trabalhadores e trabalhadoras e os setores que empregam e, portanto, têm condições de apresentarem propostas sobre esses benefícios fiscais que impactam na arrecadação da União.

Segundo o presidente da CUT, os dados das centrais sindicais sobre a desoneração estão em acordo com os dados do governo, mas é preciso ouvir o setor empresarial para que seja enviada ao Congresso Nacional uma proposta de consenso.

“ A gente precisa ouvir também um setor empresarial, ouvir o que eles têm a dizer. Nós conhecemos os setores porque nós representamos os trabalhadores, e aí o grande desafio é a gente, no período mais célere possível, encontrar uma proposta que possa chegar tanto ao governo, quanto aos empresários e aos trabalhadores e entregar ao Congresso Nacional”, disse.

“Uma proposta de consenso esse é o caminho razoável que tranquiliza os trabalhadores, e é essa mensagem que a gente quer passar. Na nossa história, sempre que a gente sentou para negociar, a gente buscou uma solução inovadora e eficaz para sair desse impasse que nós estamos vivendo hoje”, ponderou.  

Reunião dos presidentes das centrais sindicais, em Brasília 

Sobre as possíveis dificuldades de se negociar uma proposta, Sergio Nobre disse estar muito otimista de que empresários, governo e trabalhadores chegarão a um consenso.

“Quando a gente está numa negociação tudo é possível, a gente não pode sentar à mesa engessado, não pode nisso, não pode mexer naquilo, é causa pétrea. Tem que ter flexibilidade. Estou otimista para se chegar a um caminho comum, de encontrar uma proposta ”, disse Sergio Nobre, ao final da reunião.

Sérgio Nobre, Ministro Luiz Marinho e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan

Entenda

Em outubro do ano passado o Congresso Nacional aprovou a prorrogação até 2027 da desoneração da folha de pagamentos sobre a previdência de 17 setores. Com a desoneração da folha as empresas desses setores pagam alíquotas que vão de 1% a 4,5% sobre a receita bruta em vez dos 20% de contribuição previdenciária sobre os salários.

O presidente Lula vetou e os parlamentares derrubam o veto. Em virtude da perda de cerca de R$ 16 bilhões de arrecadação, Lula apresentou em dezembro uma Medida Provisória que retoma a reoneração e revoga esses benefícios fiscais. Já os parlamentares e empresários alegam que esses 17 setores são os que mais empregam no país.

Após o veto de Lula, o presidente da CUT, Sérgio Nobre se posicionou sobre a desoneração da folha de pagamento. Para ele, o veto era uma oportunidade para que todas as medidas que afetam a classe trabalhadora fossem amplamente discutidas e negociadas entre as partes envolvidas.

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O presidente do Senado Rodrigo Pacheco deve conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para definir os caminhos que a MP deve seguir, já que parte do Parlamento quer devolver a MP ao governo federal, sem ser votada.  

Participaram da reunião em Brasília, além de Sérgio Nobre, Adilson Gonçalves de Araújo, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Antônio Fernandes dos Santos Neto, da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB); Miguel Eduardo Torres, da Força Sindical; Artur Bueno de Camargo, da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST); e Ricardo Patah, da União Geral dos Trabalhadores.

Fonte: Portal da CUT

Fotos: Diogo Zacarias - Ministério da Fazenda

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