Contraf-CUT apoia lei dos biombos para combater a "saidinha de banco"
18/03/2011 - Por Bancários CGR
A Contraf-CUT apoia leis municipais e estaduais que obrigam os bancos a  instalar biombos em frente aos caixas nas agências e postos, como forma  de prevenir o crime de "saidinha de banco". A legislação mais recente  foi publicada na quarta-feira, dia 16, no Diário Oficial do Estado de  São Paulo, após sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e aprovação  da Assembleia Legislativa. 
 
 "Apoiamos a instalação de biombos em frente aos caixas, com o  reposicionamento dos vigilantes para que também observem o espaço entre a  fila de espera e a bateria de caixas, visando impedir a visualização  dos saques em dinheiro por `olheiros` e ajudar a combater a `saidinha de  banco`", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador  do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr. "Também é  importante a colocação de câmeras de vídeo para monitorar essa área",  acrescenta.
 
 "Sem biombo, o bandido pode ver e esperar o cliente sair para  assaltá-lo", declarou o diretor da Contraf-CUT em reportagem publicada  na edição desta quinta-feira, dia 17, da Folha de S.Paulo.
 
 Garantir segurança
 
 O projeto paulista foi apresentado em 2009 pelo ex-bancário do Banespa e  então deputado estadual Vanderlei Siraque (PT-SP). "A lei tem dois  objetivos: proteger a intimidade do cidadão e coibir o crime de  "saidinha de banco"", justifica. 
 
 Os bancos têm 90 dias, contados a partir da data da publicação no Diário  Oficial do Estado, para adequar as agências. O não-cumprimento da lei  leva à multa de 500 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesp).
 
 A nova lei estadual não é pioneira no país. Cerca de 200 cidades  brasileiras já implantaram regras para coibir esse golpe, que traz medo e  insegurança para trabalhadores e clientes. Uma delas é João Pessoa,  onde o número de ocorrências caiu drasticamente depois da colocação dos  biombos no ano passado, conforme balanço do presidente do Sindicato dos  Bancários da Paraíba, Marcos Henriques. 
 
 O combate à "saidinha de banco" motivou a Contraf-CUT, em parceria com a  Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), a elaborar  um modelo de projeto de lei municipal, que sindicatos de bancários e  vigilantes estão levando para as câmaras de vereadores em todo país. A  iniciativa foi lançada em novembro de 2010, em Belo Horizonte, onde  ocorre uma média de 70 ocorrências por mês, segundo a polícia. 
 
 No primeiro de vigência da nova legislação de São Paulo, o Bom dia  Brasil, da Rede Globo, divulgou que a média diária de "saidinha de  banco" é de seis casos no Rio e oito em São Paulo. Além disso, três  clientes foram mortos no início deste ano na capital paulista, após  efetuarem saques em agências.
 
 "Esperamos responsabilidade social dos bancos, a fim de que tomem  medidas para instalar os biombos. Os lucros astronômicos acumulados  possibilitam fazer mais investimentos em segurança, visando proteger a  vida de bancários, vigilantes e clientes", destaca Ademir. "A vida é o  maior patrimônio", reitera.
 
 Isenção de tarifas de transferência
 
 Outra medida defendida pela Contraf-CUT para combater a "saidinha de  banco" é a isenção das tarifas de transferência de recursos (DOC, TED,  ordens de pagamento, etc), que são cobradas pelos principais bancos. 
 
 Conforme Ademir, "o objetivo é reduzir a circulação de dinheiro na  praça, uma vez que muitos clientes, quando precisam transferir valores  para outros bancos, preferem efetuar saques para não pagar essas  tarifas".
Fonte: Contraf-CUT
