Comissão do Senado aprova fim da reeleição e mandato de cinco anos
18/03/2011 - Por Bancários CGR
A Comissão de Reforma Política do Senado aprovou nesta quinta-feira, dia  17, o fim da reeleição no país, com a ampliação dos mandatos no Poder  Executivo para cinco anos - que valeria para presidente da República,  governadores e prefeitos. 
 
 Se for aprovada pelo Congresso como na comissão, a regra não valerá para  quem já ocupa cargos de comando no Executivo, como a presidente Dilma  Rousseff - que continuaria tendo direito a disputar a reeleição daqui a  quatro anos. 
 
 A mudança entraria em vigor para os eleitos em 2014, o que atingiria a  petista somente se ela fosse reeleita para um segundo mandato. 
 
 Os senadores também decidiram manter o sistema do voto obrigatório no  país, mesmo com parte da comissão favorável ao voto facultativo. "Temo o  risco de termos governantes eleitos por uma minoria pouco expressiva.  Em momentos de crise, isso pode gerar instabilidade", disse o senador  Aécio Neves (PSDB-MG). 
 
 A comissão vai apresentar somente no dia 5 de abril o relatório final  com todas as suas decisões, mas até lá vai discutir quatro temas da  reforma por semana --com decisões parciais a respeito de cada um. 
 
 Apenas dois senadores se declararam favoráveis à manutenção da reeleição  no Poder Executivo: Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Francisco  Dornelles (PP-RJ). Outros doze senadores foram contrários à manutenção  do modelo atual, em que os chefes dos Executivos assumem mandatos de  quatro anos, com a possibilidade de reeleição. 
 
 Ex-presidente, o senador Itamar Franco (PPS-MG) disse que Fernando  Henrique Cardoso (PSDB) "impôs" a reeleição ao país em 1997 enquanto  estava na Presidência da República para benefício próprio. "Ele não teve  nem o cuidado de dizer que seria depois do seu mandato", afirmou. 
 
 VOTO OBRIGATÓRIO 
 
 Favorável à reeleição, Ferreira disse que o cidadão tem o direito de  manter no poder um dirigente que faz um bom trabalho. "Se o cidadão está  feliz com a condução do governo, por que não dar a ele o direito de  exercer essa preferência", questionou o tucano. 
 
 O voto facultativo teve o apoio de apenas três senadores: Demóstenes Torres (DEM-GO), Itamar Franco e Francisco Dornelles. 
 
 Sobre a manutenção do voto obrigatório, o senador Humberto Costa (PT-PE)  disse que o poderio econômico pode agir para cooptar eleitores mesmo se  o voto for facultativo no país. 
 
 "Alguém ia aparecer para alguém votar ou para alguém não votar. Os que  não querem exercer o direito do voto já podem hoje votar nulo ou em  branco."
Fonte: Folha.com
