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Câmara de João Pessoa debate fechamento de agências e demissões no setor bancário

24/09/2025

O sistema financeiro brasileiro já perdeu mais de 90 mil postos de trabalho e cerca de 6,5 mil agências bancárias na última década, mesmo em um cenário de lucros bilionários das principais instituições. Foi diante desse quadro que a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou, nesta quarta-feira (24), uma sessão especial para discutir o fechamento de agências e as demissões em massa no setor bancário. A iniciativa foi proposta pelo vereador Marcos Henriques (PT) e contou com a presença de representantes do movimento sindical, da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE) e de sindicatos da categoria de várias regiões do estado.

Durante a sessão, o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Lindonjhonson Almeida, destacou que o objetivo é garantir empregos e atendimento digno à população, tanto na capital quanto no interior. “Os bancos lucram cada vez mais, mas seguem fechando agências e demitindo funcionários. Isso acontece em todo o estado e a população é quem mais sofre com a falta de compromisso social dessas instituições. Nosso propósito é levar esse debate também a outras câmaras municipais e cobrar que os bancos garantam atendimento em todas as regiões”, afirmou Lindonjhonson Almeida.

Na mesma linha, o presidente da Fetrafi/NE, Carlos Eduardo Bezerra, lembrou que a digitalização do setor tem resultado em prejuízos não só para os bancários, mas para a sociedade como um todo. “O fechamento de agências significa precarização do trabalho e dificuldade de acesso a um serviço essencial. O Sindicato dos Bancários da Paraíba, ao propor essa audiência, contribui para que esse tema ganhe visibilidade nacional. É preciso reforçar que os bancos não são empresas comuns: fazem parte do sistema financeiro e, por isso, têm responsabilidade social”, avaliou Carlos Eduardo.

O vereador Marcos Henriques ressaltou que o setor bancário segue na contramão do mercado de trabalho, que vem apresentando crescimento nas contratações. Ele lembrou que, enquanto a economia brasileira criou mais de 1,3 milhão de novas vagas no último período, os bancos têm seguido no sentido oposto. “Enquanto o Brasil abre mais de um milhão de vagas formais, os bancos reduzem quadros, fecham agências e pioram o atendimento. A tecnologia é importante, mas não pode ser usada como desculpa para retirar empregos. Cada agência fechada significa mais filas, mais exclusão e menos direitos para a população”, observou Marcos Henriques.

O parlamentar destacou ainda que os três maiores bancos do país continuam registrando lucros expressivos: em 2025, o Itaú cresceu 14%, o Santander teve aumento de 27% e o Bradesco chegou a quase 40% de crescimento em relação ao ano anterior. “São lucros bilionários, recordes sucessivos, e ainda assim vemos demissões em massa e fechamento de agências. Isso é inaceitável”, criticou Marcos Henriques.

Representando o Sindicato dos Bancários de Campina Grande, Andrezza Leite chamou atenção para as demissões de pessoas com deficiência e os efeitos sociais do fechamento de agências. “Estamos acompanhando uma onda de desligamentos no Santander que começou no Sul e Sudeste e pode chegar ao Nordeste. Além disso, o fechamento das unidades afeta diretamente idosos, pessoas de baixa renda e moradores de cidades pequenas, que precisam se deslocar para outros municípios em busca de atendimento. Isso gera exclusão, insegurança e sobrecarga para os trabalhadores que permanecem nas agências”, alertou Andrezza Leite, diretora de comunicação do Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região.

A sessão contou ainda com a participação da deputada estadual Cida Ramos e de entidades ligadas à defesa dos consumidores. O encontro resultou em encaminhamentos para fortalecer a mobilização estadual e nacional contra as demissões em massa e o fechamento de agências, cobrando dos bancos maior compromisso social e responsabilidade com os trabalhadores e a população.

Fonte: Bancários da PB

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